segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Poema de Wilma

Não quero te amar
Te laçar
Infernizar
Quero sim
Te fazer delirar
Perder o juízo
Enlouquecer precipitar-se pelos ares
Em devaneios
E aterrizar
Em meu ventre louco
Sedento
Voraz
E me permitir
Te guiar por cavernas, odores
Ventanias
Crinas e relinchos
Como potranca
Ser escrava
Garanhão

Te perfurar a medula
louca, tesa
E então te deixar para sempre
Inválido
A meus pés
Stupidi. Essa sempre foi uma das músicas favoritas de Wilma Lessa. Lembro dela no seu apartamento na cobertura do Edifício Apolo. Ela preparava um drinque. San Raphael. Colocava o disco da Ornella Vanoni. Bebericava o drinque e cantarolava a canção por cima da voz da cantora.


MARACATU


Meu coração
Rufa como os tambores
Da longíqua casa
Mãe primeira
De todos os seres


Maracatú, nação origem

Idilio lúdico de músculos
Corpos em pelo
Brilhantes,
Vozes
Pandeiros
Pálio protetor
Da boneca calunga
e de todos nós