quinta-feira, 31 de março de 2011

Vivendo a vida





POEMAS



Hoje minha pele reagiu
A teu cheiro
estes costados largos
o calor intermitente



A história se repete
mas a gosma da boca
saliva grossa
é outra
única
porque tua



E me alimenta
No âmago
Aquela coisa interna
invisível aos olhos
Mas que habita
Cada poro
Centímetro de pele
Cabelos
Arrepios.



Qual vento bravio
Mas que aquece
E acalma









DESCOBERTA


Constatei em pânico
Que intrincheirada
Nas barreiras intelectivas
Sondava-me a paixão.


Hesitei,
Perplexamente não senti
Recuei frente ao óbvio:
E como um heterossomo
Mantive-me ao fundo
Deitada sobre os olhos
Que não vêem
Porque amar dói


Preferi ficar mofando
Da paixão que te guiava
E fazer pirraça
Para não admitir
Estou lhe amando, homem

O filho Caique










PARA CAIQUE

Te amo tanto
Que te deposito
Além do peito
Borbulhando nas vísceras
Um amor ritualístico
Ver, estar
Comandar
Interferiu em mim
Destino inexorável
Se numa manhã
(conjunção de gêmeos)
não te encontrasse
lá, à venda
na Feira de Prazeres

quarta-feira, 30 de março de 2011

Foto e dedicatória










ANOS 70 - Wilma Lessa morava havia pouco tempo em Recife quando um velho amigo lhe fez essa foto. Eles haviam saído do apartamento da jornalista na cobertura do Edificio Apolo 11 e tinham ido dar um passeio no Parque 13 de Maio, ali perto. Wilma Lessa estava fazendo algumas fotos no parque. O amigo pegou a câmera dela e fez esse clique, num momento em que ela estava distraída. Depois, quando viram as fotos, o amigo comentou que ela estava muito séria. Logo ela que era sempre alegre e risonha. Na dedicatória, junto com o beijo de batom que era sua marca registrada, Wilma Lessa escreveu:




Você está me achando muito séria, mas você é que transportou a coisa assim. Sub-consciente? A foto é de sua autoria, por isso... Acho que estou falando como sempre. Toco





Toco. Esse era um apelido que Wilma tinha em São Paulo e que lhe foi dado por Toshi, um japonês com quem ela foi casada.