terça-feira, 13 de novembro de 2012



PARA CAÍQUE

Te amo tanto
Que te deposito
Além do peito,
Borbulhando nas vísceras
um amor ritualístico
Ver, estar
Comandar.

Interferiu em mim
Destino inexorável
Se numa manhã
(conjunção em gêmeos)
não te encontrasse
lá, à venda
na feira de Prazeres


DESPERDÍCIO

Cansaço,
De segurar as pontas 
De quem põe coisas na boca
Tritura com os dentes
Depois joga fora.

EXTERMÍNIO

Classifica-se de calamidade pública
O óbvio:
Pequenos furtantes
No caldeirão explosivo
Do pelo social que não rola
Habiyuados à rua 
Narinas dilaceradas pela cola
Os mirrados pulmões
Impregnados de canabis sativa
Meninos, adolescentes
Que esfaquearam e incendiararm
Um igual menino adolescente


Aquele amor que nunca passou
Impregna-me
Nesse fim de século
Ao incorporar ao cérebro
A melodia apaixonada
que remete aos amores
que ainda doem.

Aquele mesmo amor
Que me reteve
Perpassa a memória
Na lembrança dolorosa
Do que pode a paixão.

Paixão que não me acomete
Por mais que deseje
Por saber dos ardores
E conhcere o descompasso
Do coração
Saliva abundante
A umedecer
Recônditos lugares



Não quero te amar
Te laçar
Infernizar.
Quero sim
Te fazer delirar 
Perder o juízo
Enlouquecer
Precipitar-se pelos ares
Em devaneios
E aterrzar
Em meu ventre louco
Sedento
Voraz
E me permitir
Te guiar por cavernas, odores
Ventanias
Crinas e relinchos
Como potranca
Ser escrava
Garanhão
Te perfurar a medula
Louca, tesa
E então te deixar para sempre
Inválido,
A meus pés.